quarta-feira, 27 de agosto de 2008


"Como se me importasse a forma como te sentes. Quero lá saber. Problemas tenho os meus e essa tua mania de tudo te correr mal já me chateia. Dizes que não aguentas mais, mas ai estás tu com esse sorriso irritante na cara. Insistes em falar comigo e contar essas coisas sem interesse, por amor de Deus, já te calavas!! Não consegues dormir...azar. Toma um comprimido. Não vês a luz ao fundo do túnel? compra uns óculos ou muda a lampada do túnel. Não tens dinheiro? e o que tenho eu a ver com isso? Epa, vai morar para um sitio mais barato, precisas de carro para quê? tira os teus filhos das actividades extra. Eles adoram? paciência a vida não é fácil. Eu também não tive nada disso e não morri, dah!!! Fartas-te de trabalhar e o dinheiro não te chega, já não posso ouvir essa conversa. Não gastes o dinheiro em coisas que não fazem falta, em... sei lá, tu lá sabes onde o gastas mal gasto. Mereces que te batam, que te deixem caida no chão, talvez isso acabe com essa tua mania de não seres feliz. Ei! estás a chorar porquê, achas que isso comove alguém? realmente...niguém te liga ou telefona ou sequer quer saber como tás, para quê??? já toda a gente sabe que estás sempre a queixar-te. Com razao? claro que com razão, mas quem tem paciencia para tanto drama! epa, a sério tenta dizer que apareceu uma oportunidade melhor e desaparece das nossas vidas para sempre. A sério, bem te quisemos ajudar, mas por amor de Deus, já CHEGAAAAAAA!"


Gaivota

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Piloto automático


Olho o meu horizonte até onde me é possível observar. Algumas duvidas surgem num emaranhado de pensamentos cruzados que, de tanto parecerem desprovidos de sentido, se organizam lentamente na minha cabeça e me levam a dizer "deixa lá isso".´Mas é certo que há coisas que não fazem mesmo sentido e isso agita-me de uma maneira desumana, dolorosa e totalmente ausente de sentido. Se os factos são por si só uma constatação da realidade e nada se me apresenta de novo, porque razão esta inquietude? se a realidade esta definida, assente, colada ao papel, porque razão há esta teima em descolar tudo para tudo refazer. Não faz sentido.

E que sentimento é este de tristeza profunda dentro de mim, como se me ausentasse e vivesse em piloto automático. Mas porque viver assim. Questão recorrente. Se o fim desejado não é que se avizinha e se a dor dilacerante de acordar após cada nascer do sol, teima em queimar meu ser e a minha alma, porquê viver assim? porque passar esta angústia para além de mim?

Dou comigo a pensar que não era nada assim. Não era nada disto, viver sempre no fim do caminho, à beira do precipício caminhando alegremente para um futuro sem futuro, não eram estes os planos. Quem me tramou? O que fiz de mim? Valerá a pena assistir a mais um pôr do sol...

domingo, 24 de agosto de 2008

Vazio


Neste lugar onde me encontro, vazio de qualquer sentido, vejo algumas sombras que me mantém neste caminho. São simbolos ocultos, perdidos no tempo colocados ali, estratégicamente, pelo destino. Recordo-me que poderei estar viva, por pequenas batidas do meu coração que ora sinto ecoar na solidão do meu mundo ou simplesmente sinto perderem-se nos ruídos desta selva que não reconheço mas que teima em crescer ao meu redor sem que eu tenha controle.
As vezes tenho controle sobre mim, outras vezes sinto-me flutuar e saio daqui para muito longe, para um lugar onde tudo o que desejo existe na dose certa e perfeita. Vejo-me numa dança eterna, envolvente, acarinhada, amparada e simplesmente feliz.
Recordo-me que poderei estar viva pelos sorrisos breves que oiço a meu redor, conhecidos, ternos, ausentes agora...mas eternos. Tenho saudades, tantas saudades, daquelas que doiem. Hoje disse a alguém que tinha saudades e esse alguém perguntou se estava tudo bem...respondi que sim, respondo sempre que sim.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Palavras de Santo Agostinho sobre a Dança


"Eu louvo a Dança, pois ela liberta as pessoas das coisas, unindo os dispersos em comunidade. Eu louvo a Dança que requer muito empenho, que fortalece a saúde, o espírito iluminado e transmite uma alma alada. Dança requer o homem libertado, ondulado no equilíbrio das coisas. Por isso eu louvo a Dança. A Dança exige o homem todo ancorado em seu centro para que não se torne, pelos desejos desregrados, possesso de pessoas e coisas, e arranca-o da demonia de viver trancado em si mesmo. Ó homem, aprende a Dançar! Caso contrário, os anjos não saberão o que fazer contigo."
Santo Agostinho

sábado, 9 de agosto de 2008

Annual Depeche Mode Convention


"Annual Depeche Mode Convention "...Irá realizar-se no dia 27 de Setembro em Los Angeles, a 11ª ediçao, ai se me saisse o Euromilhões...

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Elogio ao Amor - Miguel Esteves Cardoso


"Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo. O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas. Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um minuto de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."

Ha mais uma estrela no céu


Mais uma estrela
lá no céu
olha agora por ti.
É a estrela mais brilhante
aquela que mais
aquecerá
o teu coração.
Nunca mais estarás
triste e sózinha,
olha o céu em
cada noite da tua vida
e sentirás o calor
de um abraço
de um beijo
de um carinho.
Lembra-te Patricia
aquela estrela
está lá só para ti,
para sempre,
ate ao dia
em que fechares
os olhos.
Nesse dia
juntar-se-à mais uma estrela
lá no céu
a olhar por quem
ca em baixo
procurará consolo
em vós.