quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Entardecer


Sim...finalmente sinto o entardecer...
 

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Flutuo




Levas-me a alma meu amor e quando por breves momentos te toco, enlaças o meu ser, a tua voz ecoa em mim, flutuo e pairo no ar leve de te saber ai. Quando um dia passa e nada sei de ti, perco-me na loucura de te procurar em cada som, em cada brisa e esperar que apareças no crepúsculo do anoitecer. Levas-me a alma meu amor quando te apartas de mim e segues estrada fora o teu caminho e eu navego nas ondas do mar livre por te sentir ai. E quando um dia passa e nada sei de ti, perco-me na ansiedade de te esperar em cada esquina, em cada lugar e esperar que me aqueças na noite longa e dura que teima em regressar.

domingo, 1 de dezembro de 2013

O domingo de Maria


São 6h20, a Maria acordou. Olhou ainda tremula o telemóvel, focando o visor à procura da hora certa, sim, eram 6h20. Que dor de cabeça sentia, levantou-se e sentiu o frio a apoderar-se de si, cambaleou até à cozinha e tomou a custo dois comprimidos. Regressou à cama, ainda poderia descansar mais um pouco, assim que a dor de cabeça passasse. 8h20, olhou o telemóvel. Lá fora as crianças já andavam levantadas, os sons misturavam-se, a televisão acesa, uma das suas filhas cantava alto, os outros dois conversavam e disputavam entre si o canal que queriam ver. Maria conseguia ouvir o zapping, a passagem de canal em canal, conseguia ouvir a discussão e a canção que ecoava no ar. Tentou levantar-se mas a dor de cabeça ainda a atormentava, passo lento e tremulo conseguiu ir à casa de banho, depois foi espreitar as crianças. Eram 9h40, pediu para não cantarem, por favor, porque estava com dor de cabeça, pediu para baixar um pouco o volume da televisão e voltou para a cama. Ninguém lhe levou um chá e uma torrada para acomodar o estômago já cheio de analgésico. Que enxaqueca avassaladora, com direito a tontura e a vómitos, deixou-se ficar quieta debaixo dos lençóis na sua cama agora gelada.
Caiam mensagens no telemóvel, mensagens que queria responder dando respostas mais elaboradas, mas simplesmente não conseguia, queria ser capaz de se levantar e ir aproveitar o sol que fazia lá fora, mas não estava a conseguir, a dor de cabeça não a deixava. Agora outro problema se levantava, o almoço, Maria não descongelou nada para o almoço, também não tinha vontade de fazer nada. A semana foi intensa, muito trabalho, muitas preocupações, muito para fazer. Também não tinha ninguém que a substituísse nessa tarefa. Eram 11h35, levantou-se por fim. As crianças ainda não tinham parado de fazer barulho, barulho que hoje ecoava na sua cabeça. Tinha vómitos e a dor de cabeça não a deixava. Tentou combinar como se ia fazer para o almoço, e a opção trazer comer do pronto a comer pareceu a melhor. Entretanto tomou mais dois comprimidos, tomou banho e vestiu-se. Estendeu-se em cima da cama enquanto os filhos se despachavam, mas adormeceu uma hora. Já eram 14h e Maria decidiu sair e ir ao Mac Donald's com as crianças, era algo que as faria feliz e resolveria o seu problema do almoço. Se lhe perguntassem se o queria ela responderia que não, neste domingo queria apenas poder ficar deitada, sem luz, sem barulho, sem ser responsável por ninguém, porque a enxaqueca estava a dar cabo dela.
Foram almoçar. A filha lembrou que Maria teria de a levar a casa de uma amiga para fazer um trabalho de grupo e à pressa todos se aprontaram a ir. Regressada a casa, conseguiu descansar por breves momentos, interrompidos, sempre interrompidos por barulho, por barulhos...e era hora de ir buscar a filha, traze-la a casa para que se vestisse novamente e levar, as duas filhas, a um supermercado da zona para colaborarem na recolha de alimentos do Banco Alimentar, mais uma  atividade dos escuteiros. Esperou por elas. Voltaram para casa. A cabeça da Maria tinha dado tréguas e conseguiu dedicar-se ao jantar. A Maria agora deve estar à espera que os filhos adormeçam, a dor de cabeça voltou...

Existo

Apenas quando me olhas
eu sei que existo.
Apenas quando me tocas
eu sinto bater o coração.
E se desvias o teu olhar
para me ver...
E se páras um segundo
para me ligar
E se falas de mim
em algum lugar
E se ocupas as folhas
com palavras bonitas
E se essas palavras
têm o meu nome
Então eu sei que existo
e o mundo inteiro é pequeno
para sentir o pulsar
do meu coração.


sábado, 23 de novembro de 2013

Uma imagem...

 
 
 
... vale mais do que mil palavras
 
 

Pensamentos

"Os defeitos das pessoas são, quase sempre, apenas diferenças da nossa maneira de ser!"

 Charles Chaplin

AMOR PERFEITO


O meu corpo queima ardente
Sentindo-te tão perto de mim.
Voo alto de pássaro carmim
Serei mais que outra gente.

E sempre que em mim te bastes
Do teu corpo serei fremente.
Que eu nunca dele me ausente
Nem tu dele mais te apartes.

No teu corpo, nosso leito
Onde a saudade não se basta
E com loucura não se gasta

Porque agora serás sempre
No meu coração presente
O meu único amor perfeito.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

A perfeição...

Se eu não morresse, nunca! E eternamente buscasse e conseguisse a perfeição das cousas! (José Joaquim Cesário Verde). Cesário Verde é um dos autores que me foi apresentado em situação académica, andaria pelo meu 10º ou 11º ano. Gostei logo dele. Desde o meu 7º ano que vivia a febre da leitura, lia tudo o que me aparecia, foi na escola que contatei com autores específicos e cedo percebi a intensidade das escritas, a beleza de passar para o papel a vida que passa dentro de nós. Isso é uma forma de perfeição. Dei por mim muitas vezes a considerar que as palavras dos outros poderiam muito bem ter sido escritas por mim, não por me achar capaz de as escrever mas por conseguir senti-las dentro de mim e muitas têm sido as vezes que as utilizo nas redes sociais para expressar sentimentos. E a perfeição foi hoje tema de conversa. É politicamente correto dizer que a perfeição não existe e se eu disser que existe? estarei a dizer algo muito disparatado? infundado? Sou mulher apreciadora de Arte (dança, música, poesia, literatura, pintura, escultura...), apreciadora do belo. Quando olho para fotos da capela Cistina e para as gravuras de Miguel Ângelo dou por mim a dizer: perfeito!. Quando oiço tocar piano, por exemplo o pianista chinês Lang Lang, eu digo: Perfeito! quando oiço o Pavarotti cantar, perfeito...Miró...perfeito. José Afonso, perfeito, Nelson (4 real) Lucas, perfeito, Joaquin Cortez, perfeito, Dulce Pontes, perfeito, Fernando Pessoa, perfeito, monumento A Sagrada Família, perfeito, a casa de Gaudi, perfeito...tantas e tantas coisas que eu oiço, vejo, experimento e digo: Perfeito! E um corpo perfeito? e um cabelo perfeito? e um carro perfeito? e uma voz perfeita? e um olhar perfeito? e um sorriso perfeito? são perfeitos só para mim? será por isso que não existe perfeição? porque a perfeição é subjetiva? Mas eu vejo o mundo pelos meus sentidos, e a palavra perfeição existe, logo posso utilizá-la quando estou a senti-la. Então a perfeição existe, não me digam que não existe, porque eu já a presenciei.
Sei que também é politicamente correto dizer que podemos sempre melhorar, fazer mais e  fazer melhor, em tempos acreditei nisso, acredito ainda, talvez. Creio que criamos padrões de comportamento aos quais nos colamos. Podemos desviar-nos por este ou aquele motivo, tendo em atenção este ou aquele conselho, mas agimos sempre de acordo com os nossos padrões e com o nosso sentir.
Mas a perfeição existe. Vamos falar de pessoas. As pessoas são um todo em que a imagem é o cartão de visita, digam o que disserem. É o embrulho que vai criar no outro o interesse em se aproximar ou não. Neste momento penso se será bom dizerem-nos que nós e a maneira de ser de outro fariam a pessoa perfeita. Nós(imagem) + a maneira de ser de outro(conteúdo). Isso faria de nós o quê? Um laço colorido? um adorno? a cereja no topo do bolo? Nunca tive pretensões à perfeição, apenas tento pôr tudo de mim no mínimo que faço, ser transparente, inteira, expor-me, ser verdadeira. Quem chega até mim sabe, desde o 1º minuto, quem sou. Eu sou como me apresento, um pouco sábia, um pouco naif, um pouco tímida, um pouco fogosa, um pouco melancólica, um pouco feliz...intensa sempre. Sempre Eu. Gosto de A ou de B, de C ou de T, todos cabem em mim, porque todos são gente que precisa de outra gente.  Gosto disto ou daquilo, de tudo sei explicar o porquê assim exista quem queira saber a resposta. Não posso ser mais ou menos por gostar do que gosto e por sentir o que sinto e como sinto. Sempre valorizei conteúdos e foi nisso que investi toda a vida, ser "um bom conteúdo". Sou só a cereja no topo do bolo? pois que seja, mas que fique registado que serei a cereja mais intensa, mais doce e que dentro de mim existe um coração que bate e sente, sim, serei uma cereja com coração, com gostos, com interesses que desenvolvi vivendo, observando, partilhando. Uma cereja com ego, que gosta de abraços, de poesia, de viver, uma cereja que vai brilhar e vibrar sempre que a apreciem, não que isso a eleve ou a desvie do seu caminho, mas porque o seu ego gosta de pensar que afinal há quem olhe para ela, mesmo que não seja com olhos de ver. Esta é a minha perfeição, ser EU, sempre.
Sim, seria perfeito Se eu não morresse, nunca! E eternamente buscasse e conseguisse a perfeição das cousas! talvez assim não fosse preciso outro para me ver inteira.
 

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Sabendo-o sempre
 
 
Começarei por amar-te assim, sem o saber
antes de o sentir, sabendo-o sempre
seguindo firme e de amor crescente
no teu doce encanto até morrer.

Quero amar-te tanto e muito mais
ser parte de ti liberta de pranto
constelação em forma de manto
que te aquece por onde vais.

E quando, já tarde, eu morrer por ti,
queiras-me ainda com fervor
eu possa, enfim, morrer de amor

Como este corpo que agora é teu
que desta forma nunca se deu
e eu feche os meus olhos, por fim.


domingo, 17 de novembro de 2013

Desabafo?

Amo-te com a ternura da minha mão na tua face e com o sorriso de saber que existes para me fazer feliz. Amo-te com o calor do meu corpo colado ao teu e com o ciúme que arde se penso que te possas fundir com outro corpo que não o meu. Amo-te com a paixão intensa da primavera onde explodem cores, cheiros, sabores. Amo-te com carinho. Amo-te com a tesão dos amantes e como um carrossel de emoções. Amo-te "como ama o amor" e amo-te porque sim, porque não me imagino não amar-te nem não ser amada por ti.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Em tantos dias de história um haveria em que apenas um gesto salvaria toda a tua existência. É aquele dia em que dispensas que a realidade seja vista por diferentes pontos de vista, depois de teres já ouvido tanto, em que dispensas que as palavras de quem ouve sejam diferentes das tuas. Aquele dia em que queres ser especial, mimada, carregada ao colo, voltar ao útero da tua mãe que te diz "tudo vai correr bem" mesmo que o prognóstico não o indique. Aquele dia que faz com que o teu mundo não desmorone, o dia que não tem a ver com passado nem futuro, é apenas aquele dia em especial. Aquele dia que surge como um dia de teste e que não gostavas que falhassem com o teu coração e com a tua necessidade de ser especial. Aquele dia em que não dás margem para falhas com o teu sentir, porque é nesse dia que precisas do gesto que foste procurar. Num outro amanhã procurarias um ponto de vista objetivo, um trocar de argumentos, uma partilha de sugestões novas, mas não era naquele dia, aquele dia estava destinado ao abraço, ao ser ouvido, com a ternura da caridade por alguém frágil que está defronte de nós a pedir socorro, abrigo, amor incondicional.
 

domingo, 20 de outubro de 2013

Sem ti

Alma inquieta, coração insensato,
Ser frágil.
Espelho quebrado que distorce,
...
Um incompleto.
Corpo carente. mãos vazias,
Pele fria, sem toque.

Ausência, distância.
Pássaro de asas cortadas,
Cantor em silencio, pintor na escuridão.
Mágoa do desencontro,
Tristeza.

Marinheiro em terra.
Vai nuvem escura, deixa o sol entrar.

 DLRV publicado no Coração sem Muros 20/10/2013

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Para Quê?! de Florbela Espanca




Tudo é vaidade neste mundo vão ...
Tudo é tristeza, tudo é pó, é nada!
E mal desponta em nós a madrugada,
Vem logo a noite encher o coração!

Até o amor nos mente, essa canção
Que o nosso peito ri à gargalhada,
Flor que é nascida e logo desfolhada,
Pétalas que se pisam pelo chão! ...

Beijos de amor! Pra quê?! ... Tristes vaidades!
Sonhos que logo são realidades,
Que nos deixam a alma como morta!

Só neles acredita quem é louca!
Beijos de amor que vão de boca em boca,
Como pobres que vão de porta em porta! ...

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Calça os meus sapatos e caminha como eu

Nem os sapatos te agradariam, porque a cor não te satisfaz, nem os sapatos te caberiam nos pés, porque já estão largos da longa caminhada. Sou eu que os calço amiúde, entro e saio deles no tempo que encontro dentro  do tempo que vou conquistando. Eles conhecem-me bem e caminham em piloto automático quando os meus pés cansados teimam em desistir. De tão deformados que estão nunca tu os calçarias. Irias tentar compô-los, afasta-los de mim para lhes devolver a forma que imaginas  mais adequada e eu iria ficar nua no caminho seguindo em frente com os pés descalços a sangrar. Os meus sapatos não te serviriam, no entanto privar-me-ias do conforto e do apego que lhes tenho todos os segundos da minha existência. É com eles que me levanto e me deito, e é com eles que deambulo por aí desde sempre. São os MEUS sapatos. Sou eu. Sou aquilo que sou, aquilo que me tornei, aquilo que fiz de mim com aquilo que fizeram comigo. É errado teimar em não querer sapato novo que me maltrate os pés, quando estes se adaptam perfeitamente aos meus pés tão massacrados antes? Sinto-me segura assim, mais confiante. Porque teimas em querer que eu volte às formas justas de sapatos novos, às bolhas que ardem, às dores que impedem o meu andar? Permite-me que siga em frente. Que siga com tranquilidade, mesmo na intranquilidade que já me habituei. Porque até essa intranquilidade é a minha, conquistada/ herdada por mim em resultados dos passos que dei. Não me queiras tranquila para me intranquilizar depois. Tiras-me o tapete debaixo dos pés e não quero, não posso, não devo cair mais sob pena de não mais ter forças para me levantar. Porque não é suficiente aquilo que sou, aquilo que quero ser, aquilo que consigo ser, aquilo que vês que sou? ou não me vês? ou achas que me vês? Ou tens uma imagem de mim que queres consertar a toda a hora? sou imperfeita, mas sou imperfeita para mim também. Os sapatos fazem parte de mim, terei menos valor por estar cansada e querer descansar? por querer ser leve, sentir-me leve? por querer seguir a caminhada com os MEUS sapatos, mesmo sabendo que o caminho vai continuar difícil? apetece-me gritar alto, bem forte, pôr cá fora a raiva de querer ser livre e não conseguir. Apetece-me tapar os ouvidos, seguir contra tudo e contra todos. Eu não sou menos por querer ser fiel a mim própria. Chegarei ao fim do caminho, independentemente das condições. Eu sei ouvir, eu sei pensar, eu sei analisar. E caminho em frente, páro quando tenho de parar. Calça os meus sapatos e caminha como eu e sente o fardo, a humilhação, o casaço, o desespero, talvez assim...me vejas e percebas o que sou.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

A tua presença ausente



Terminou o meu dia longo, cheio de horizonte interminável. Já o meu corpo cansado me foge e eu ainda me arrasto para ti em busca do carinho que preciso para enfrentar um novo dia. A tua presença ausente ou a tua ausência presente não saciam a minha necessidade do teu calor. O som da tua voz sussurra-se no vento e lentamente deixo-me ir na tua direção. E enquanto percorro o caminho até ti, perco-me na imensidão da noite e deixo-me cair no sonho que me leva até ti. Se acordar e não estiveres aqui, ficarei sem saber se te alcancei. Esperarei que o vento sussurre o teu nome uma outra vez e pôr-me-ei novamente ao caminho.

quarta-feira, 5 de junho de 2013




Gostava que olhasses para mim e me visses, disse ela quase a medo. Baixou os olhos e saiu. Ele ficou parado uma eternidade e a medo percorreu o caminho, agora mais distante, até ela. Não queria dar esse passo, mas o seu corpo cedia, continuava ali a tentar alcança-la. Ela seguia firme sem olhar para trás. Num último esforço a voz soltou-se e gritou o seu nome, ecoando na noite um arrepio de sentidos. Estendeu a mão e convidou-a a ficar. O luar iluminou a noite e a paixão transformou-se em constelação. Os corpos uniram-se e as almas abraçaram-se.




Eu sou areia que escorrega por entre os dedos e pássaro que voa sem hora marcada. Vivi muito tempo em gaiola fechada e agora descobri os prazeres do voo livre. Se gostas de voar vem voar comigo, se gostas de mar vem mergulhar comigo, se gostas de dançar eu danço contigo. Talvez permaneça por aqui, por hoje, mas amanhã posso já não estar cá. Conduz-me o vento, comanda-me o pensamento. Sou impelida pelo sol, pela lua, pela intensidade.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

terça-feira, 21 de maio de 2013


"E há o nosso eu que de vez em quando se 

liberta e voa.... Livre, sem amanhã..." DLRV

Adeus...



Quando nos encontrámos trazíamos histórias e o coração cheio de esperança. As histórias começam a pesar e sempre assim será. Quanto mais vivemos mais pesado fica o fardo que se carrega. Pequenos momentos de ilusão de leveza alternam com a realidade densa e, aos poucos, volta a pesar mais,  mais e mais.
Fica a saudade. Fica a nostalgia. Fica a eterna gratidão de um dia ter sido merecedora de tamanho amor. Aos poucos deixarás de pensar em mim, aos poucos recordarás apenas aquilo que te fazia confusão em mim e que tanto querias que eu mudasse. Mas eu não quero mudar, quero viver o tempo que me resta sendo verdadeira para comigo e para com os outros. A ilusão de alguém me amar assim como sou desvanece-se. Não quero estar numa relação em que não possa ser eu própria, em que tenha de medir, para além do razoável, palavras, atitudes, gestões de tempo, de amizades...
O teu amor por mim fez-me bem e vai continuar a fazer durante mais algum tempo, porque eu sei que me amaste verdadeiramente. Tu viste-me, sentiste-me, estiveste sempre lá para mim, sem sombra de dúvida. Respeitaste-me. Amparaste-me. Foste e serás sempre, para mim, uma pessoa maravilhosa. Preencheste espaços vazios. Todas as palavras que te dediquei foram sentidas e verdadeiras.
Apesar de tudo tenho de te dizer adeus. A minha vida não é compatível com o que me pedes, com o que começaste a exigir de mim. Recordarei quando tudo era leve, pele com pele, natural e sem ansiedades, em que nada em mim te fazia confusão. Mas a vida é assim, temos de abrir a porta...só conhecendo a casa por dentro saberemos se nos sentimos com vontade de ficar. 
Dizer adeus é sempre doloroso. Fica sempre tanto por dizer. A cabeça dá voltas, as recordações atropelam-se e os sentimentos confundem-se. A vida fica suspensa, como suspensa deixamos a respiração na ânsia de não ter de passar por tão grande provação. Parece mais suportável quando nos magoam a nós. Inesperadamente doloroso quando somos nós a magoar. Mas a vida segue implacável o seu rumo.

terça-feira, 23 de abril de 2013

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Amo-te...



Amo-te porque me vês por dentro e
Amo-te quando me sorris
Quando tocas o meu corpo e o fazes vibrar
Quando me ofereces flores
Quando me dedicas musicas lindas
Quando te preocupas comigo
Quando velas o meu sono
Quando somos pele com pele
Quando sonhamos juntos
Quando somos um
Quando pensas em mim
Quando vês passarinhos verdes
Quando complementas o que digo
Quando adivinhas o que penso
Quando durmo
Quando acordo
Quando me levas pela mão
Quando dizes o meu nome
Quando olhas nos meus olhos
Quando enqueixas em mim
Quando me fazes sorrir
Quando me surpreendes com atenções
Amo-te por tudo isto e por outro tanto
Amo-te porque me amas        
Sem me poderes amar.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

O nosso amor é um mar imenso suave, lindo, azul, sereno. Somos ternura e aconchego, apego na noite fria e suor em tempo de paixão. Como o mar, nos vemos em onda gigante de prazer e logo de seguida em calma serena de onda sobre a areia quente. O teu toque acorda-me do torpor de nada sentir e a tua voz instiga em mim a vontade de ser tua. Olha-me bem fundo, sente-me em cada respirar e em cada segundo que penso em ti. Recolhe os pedaços que restam de mim e acolhe-os no teu leito, afaga-me os cabelos cansados e deixa-me adormecer no teu peito. Deixa-me beijar a tua face escondida pela vida e acolher-te nas minhas mãos.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Espaços vazios


Pela força do braço e das mãos trémulas fui construindo paredes que se transformaram em muros altos. De tão empenhada em afastar de mim todas as incertezas, duvidas, medos, angustias, fracassos, desilusões...os muros subiram e envolveram-me, deixando espaços por entre os quais, às vezes, os raios de luz me tocavam. Toque breve em que o calor do seus raios me impelia a derrubar um bocado da parede para que todo o sol me pudesse tocar. Mas o sol punha-se em cada dia e o raios de luz seguiam com ele, deixando-me só. Os dias sucediam-se intensos e breves, até que de mansinho, muito devagar, sem aviso, sem que o esperasse, os espaços do meu muro começaram a ser preenchidos de sol quente e cheio de luz e esses espaços por preencher dos muros construídos à pressa, começaram a ceder e a empurrar a parede que começara agora a desmoronar para deixar entrar todo o sol do universo. Os meus braços que fraquejam e as minhas mãos ainda mais trémulas podem agora descansar por algum tempo...

De onde vieste tu? *


" De onde vieste tu? dou por mim a sonhar contigo, efetivamente, não quando estou acordada, mas quando durmo. Acordo atordoada pela intensidade das imagens e das sensações. Nem fazias parte da minha vida, ou fazias por outras vias,  ouvi histórias sobre ti com outras pessoas, essas sim fazem parte da minha vida. As tuas palavras começaram a chamar-me e o teu sorriso começou a sorrir para mim. Passaste por mim como o vento passa, em breves rajadas, sempre breves. Comecei a escutar-te ao longe. Comecei a querer que me escutasses. E a tua voz começou a fazer parte da minha vida. Comecei a espreitar-te todos os dias e a sorrir quando me sentia espreitada também. Comecei a procurar nos teus passos algum que se orienta-se em direção aos meus. E bolas, sonhei contigo. Sonhei que nos encontrávamos por acaso e nesse dia decidimos fazer um monte de coisas juntos, e rimos, e brincámos, e andamos por ai de carro, depois na praia, depois a pé no areal até longe, muito longe. Senti o sol na minha pele e a nossa conversa fluia como se sempre nos tivessemos conhecido, ou na ânsia de nos conhecermos melhor. Voltamos para trás e no regresso já vinhamos abraçados, de mão dada, apenas isso. Lembro-me que rimos muito. O sol pôs-se e iamos cada um para o seu lado, ainda houve um convite para jantar e uma resposta de "porque não". Levaste-me para uma casa, não me recordo onde e disseste que ias tomar banho. Esperei por ti  numa sala, onde a lareira estava acesa. E fechei os olhos por breves momentos. Quando os abri tu estavas nu à minha frente, de mão estendida à procura da minha. Lembro-me de ter mordido o meu lábio, de ter corado, de toda eu ter corado, mas "porque não?" e estendi a minha mão em direção à tua. Caramba o meu sonho foi mesmo quente. De onde vieste tu, para apareceres assim no meu sonho? " in, Pedaços de Mim, AM

sábado, 9 de março de 2013

Hoje tudo me dói.



Hoje tudo me dói. Há dias assim...recordo um tema que um querido amigo escreveu para o Festival da Canção, uma canção lindissima que ganhou e que foi representar Portugal na Eurovisão. Sim, há dias assim e hoje tudo me dói. Dói-me alma, o corpo, a voz, os sonhos, as lembranças. Doiem-me coisas que tento anestesiar, sentimentos que tento desvalorizar e aceitar com serenidade...aceitar com serenidade. Dói-me estar só, sempre só, infinitamente só. Dói-me não ser a preferida, a escolhida, a adorada. Dói-me entender, não ser entendida, dói-me a vida, dói-me a morte, dói-me a solidão, dói-me respirar. Dói-me ser ultrapassada pelo dinheiro, pelo tempo, por tudo e ficar sempre para trás. Dói-me ser ignorada, não ser amada, verdadeiramente amada, dói-me não ser nada e estar aqui parada, sempre à espera, sempre à espera, sempre à espera de nada. Doiem-me as lágrimas que caiem do meu rosto e me transformam em mar, doiem-me a palavras que calo, as palavras que saiem. Hoje tudo me dói...e mesmo assim estou aqui, sempre aqui, insistentemente aqui...só.

terça-feira, 5 de março de 2013



Abraça-me simplesmente, porque o mundo pára sempre que me tocas. As dores de corpo e alma deixam de existir e os dias cinzentos transformam-se em luz intensa. Acompanha o teu abraço com as palavras que só tu sabes dizer e sorri-me porque o teu sorriso ilumina todo o universo.

domingo, 3 de março de 2013

Flor singela


Singela é a flor que timidamente depositaste no meu peito. Suavemente emana o perfume da saudade de ti e mantém-se viva pelas recordações do teu toque e do teu olhar. Com ela, os dias tornam-se suportáveis e por ela a vida flui como algodão que sobe no ar sem barulho e sem a ansiedade de seguir um rumo certo. Singela é a flor que, florindo em mim, aguarda pacientemente que a venhas regar, vibrante de cor, de cheiro e de vontade de renascer.

A resposta



Pela terceira vez perguntas-te o que tinha visto em ti. A tua terceira tentativa de resposta acionou em mim a resposta que querias e que eu tardava em dar-te. Sabes, a vida ensinou-me a responder apenas ao que as pessoas querem verdadeiramente saber. E agora, sei que queres mesmo que te responda. Nunca quis transcrever nenhuma canção porque nada do que foi dito é suficiente para justificar porque olhei para ti. Vi o teu coração, mas apenas porque tu viste o meu. Vi o teu sorriso ao mesmo tempo que viste o meu e sorri para ti ao mesmo tempo que sorriste para mim. Olhaste para dentro de mim, antes de me olhares. Ansiaste tocar a minha mão antes mesmo de saber se ela encaixava na tua, talvez já adivinhando o perfeito encaixe que iria acontecer. Leste a minha alma e coloriste as minhas noites antes mesmo de colorires os meus dias. Tornaste os dias mais claros, mais coloridos, mais leves de se viver. Tornaste as minhas noites menos solitárias, porque agora levo-te comigo no meu sonho, no meu sono. Preencheste com toque, com cheiro, com pele, com sorrisos, vozes, o vazio que crescia numa parte de mim. Abraçaste-me de tantas maneiras, antes mesmo de me abraçares. Dei por mim a querer partilhar coisas contigo. E, principalmente, tocaste a minha alma, e isso sim é algo que nunca me vou esquecer. A partir desse momento olhei para ti. A partir desse momento soube que ia olhar sempre para ti, não importa o caminho que ainda percorra, nem importa se fico no caminho ou se o percorro até ao fim. Em tudo te vou ver sempre. Em tudo te vou procurar sempre. Em tudo te vou encontrar sempre...

Palavras Doces


As tuas palavras doces gravo-as, quero que permaneçam, que me aqueçam nas noites que arranco aos dias. Digo-as baixinho, pausadamente, mastigo-as, absorvo-as e sinto a doçura escorrer pelo meu corpo e invadir a minha alma. Oh palavras doces que me alimentam, que me matam a fome de amor, que me engrandecem na pequenez que sempre me acompanhou. Quero devolver-te em doçura a ternura da tua voz quando sussurras o meu nome, fazendo estremecer o meu corpo. Quero inventar palavras doces para ti. Quero permanecer doce na tua boca e rever-me nas palavras doces que ainda tens para mim, porque é na doçura das tuas palavras doces e ternas que me perco e fico em silêncio, à espera de te ver, de te tocar, de te sentir, de viver.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Singela é a flor que timidamente depositaste no meu peito. Suavemente emana o perfume da saudade de ti e mantém-se viva pelas recordações do teu toque e do teu olhar. Com ela, os dias tornam-se suportáveis e por ela a vida flui como algodão que sobe no ar sem barulho e sem a ansiedade de seguir um rumo certo. Singela é a flor que, florindo em mim, aguarda pacientemente que a venhas regar, vibrante de cor, de cheiro e de vontade de renascer.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

MOMENTOS





A vida é feita de momentos, todos juntos fazem o filme de uma vida. Apetece-me apenas falar dos momentos maravilhosos, dos takes fantásticos e das horas que queremos parar quando eles acontecem. Apetece-me ter presente os arrepios, os sorrisos, as sensações, os cheiros que ficam desses momentos. Retenho-me nas imagens, nas palavras, nos olhares, nos sabores, nos lugares. Permaneço nos corpos, nas danças, nas músicas, nos sonhos. Revisito as inquietações, as insónias, as esperas e as ansiedades. Apetece-me perder-me nesses momentos bons, nas mãos, na pele com pele, no ombro, no peito, no corpo a vibrar. Sorrio nas imagens que ficam, no sol, na luz e no coração a mil. E, neste momento, apetece-me voar, saltar, fazer parte do Arco-Iris e dançar, dançar, dançar.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Vulcão

O meu corpo aquece nas tuas mãos. 
Tenho febre, morro de sede sem ti. 
Acalmo quando me olhas, 
quando me tocas,
para logo explodir em teu redor.
Sou vulcão em ebulição
que explode
ao simples toque da tua mão.
Sassio em ti a sede imensa
neste oásis sensual
que somos nós.
E se não estás aqui
tenho febre,
morro de sede.


sábado, 16 de fevereiro de 2013

Desconfirmo...



Aquilo que dizes que sou  e que, por vezes, me eleva, afinal não sou. Se fosse isso tudo não estava aqui como estou...

Dorme no meu sonho




Dorme no meu sonho
meu amor
que ao teu lado
me vou deitar.
Abraço-te devagarinho
e com a minha mão
sinto a tua face cansada.
Beijo-te suavemente
enquanto o meu corpo
se une ao teu.
Somos agora
um só corpo
uma só alma
um só respirar.
Num abraço perfeito
permaneceremos em silêncio.
Depois em êxtase
Coração acelarado
pele com pele
mão com mão
boca com boca
língua com língua
dentes...
unhas...
fora de nós
dentro do sonho
e na promessa 
de um doce despertar...


domingo, 10 de fevereiro de 2013

A verdade nas nossas Mãos




Percebo agora a verdade nas nossas mãos. Os espaços entre os nossos dedos sempre lá estiveram para que os pudéssemos preencher em conjunto. Pele com pele, arrepio, êxtase muito nosso. Permitir que as tuas mãos se afastem é dor, é privação, é ressaca de carinho. Esperar que as nossas mãos se reencontrem é saudade, é a saudade. Sonhar com as nossas mãos juntas é inquietação. Percebes agora a verdade nas nossas mãos?

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013



Quis que a noite não viesse para não sentir este frio. Quis que o tempo parasse, ainda o sol ia alto, mas implacável ele correu para os braços da Lua e esqueceu-se de mim. A viver de encontros fugazes e intensos, também o sol e a lua seguiram caminhos diferentes. Amanhã o dia amanhece e de novo se vão tocar, sentir, olhar...de novo vai entardecer, sempre por breves e intensos momentos. E assim seguem os dias longos de olhares que se cruzam e as noites intermináveis de toques que se sonham.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Hoje levo-te comigo





Hoje levo-te comigo no meu sono. 
Já depositei um beijo doce na tua face, 
já viajei até à tua boca e desci pelo teu pescoço.
Aconcheguei o meu corpo no teu, 
passei as minhas mãos pelo teu peito, 
desci e lentamente senti a tua paixão por mim.
Abraço-te agora, 
já quente do teu, do meu, do nosso calor, 
despida de roupa e vestida de corpo, 
sou agora pele com pele contigo.
Encaixo-me mais um pouco e beijo-te suavemente nas mãos.
Aperto-as contra as minhas e percorro com elas o meu corpo.
E é assim que me deixo voar bem alto, 
nas asas do tu sorriso e na leveza do teu abraço.
Estou agora a flutuar, libertando-me de mim, 
entraste em mim de mansinho, em gestos delicados, 
meigos, doces que fazem vibrar todo o meu ser.
Tomaste a minha alma nas tuas mãos, 
fizeste do meu corpo abrigo e campo florido.
Sinto-nos respirar calma e ofegantemente.
Sinto-nos balançar os corpos.
Sinto-nos fundir num só e esquecer, 
deixar de ouvir e apenas respirar, sentir, delicadamente
E depois devagar, com suavidade deito-me no teu peito, 
sinto as tuas mãos no meu cabelo e adormeço enfim, 
levando-te comigo no meu sono. 
Sabendo que estás bem, 
porque eu estou bem e tu...és...eu.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Vazio



Nunca me tinha apercebido que a minha cama era tão fria, tão grande e que neste quarto o silêncio dói. Vi agora que as paredes estão nuas e que tudo é vazio de cheiro, odor e toque. A TV ligada passa imagens e sons, companhia inerte com cor, sem pele e sem olhar. O silêncio dói e o tempo passa frio à espera que o sono me venha salvar.

Um pouco que foi tanto



Foi na ternura do teu abraço que me encontrei. Momento único de união entre o corpo e a alma. O Universo parou ou continuou a girar, não sei, perdi a noção do tempo. Sei que nesse hiato fui pele, mãos, corpo, cheiro, calor, emoção, voou de pássaro sublime bem alto no céu, pétala de rosa vermelha ardente de paixão, fui menina, fui mulher, fui céu, fui cama. Colei-me a ti com paixão, sofreguidão, calma, tranquilidade, ansiedade e ternura. Sou agora eu, um pouco mais feliz, um pouco mais serena, um pouco mais completa. Um pouco que foi tanto e que tanto fez de mim.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Horas Rubras 

Horas profundas, lentas e caladas
Feitas de beijos rubros e ardentes,
De noites de volúpia, noites quentes
Onde há risos de virgens desmaiadas...

Oiço olaias em flor às gargalhadas...
Tombam astros em fogo, astros dementes,
E do luar os beijos languescentes
São pedaços de prata p'las estradas...

Os meus lábios são brancos como lagos...
Os meus braços são leves como afagos,
Vestiu-os o luar de sedas puras...

Sou chama e neve e branca e mist'riosa...
E sou, talvez,
na noite voluptuosa,
Ó meu Poeta,
o beijo que procuras!
Florbela Espanca, in "Livro de Sóror Saudade"

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Doce aroma

O dia está no fim, 
vinha apenas com a firme intenção de um banho quente e dormir. 
Foi a surpresa da tua presença que me acordou 
e entraste comigo na banheira. 
A nossa presença aqueceu os nossos corpos frios e cansados 
e a água quente iluminada pelas luzes de cheiro e calor 
invadiram os nossos sentidos.
Foi num instante que frenéticos nos deixamos ir. 
Explorei o teu corpo, saboreaste tudo em mim. 
Deixamos que o desejo tomasse conta de nós 
e comandasse aqueles momentos de loucura carnal. 
Sucumbimos ao cansaço mas deixamos no ar o doce aroma da paixão.

Pausa breve

Senti-te hoje quando os meus olhos se fecharam para te sonhar. 
Uma pausa breve dos minutos que correm por mim. 
Quase senti o teu cheiro e o teu suor em mim 
e o meu corpo moveu-se lentamente fremente do nosso prazer. 
Ausentei-me desta esfera e deste mundo que tanto me dói 
e deixei-me ir na loucura da recordação do teu beijo. 
Senti-te invadir o meu espaço e o meu corpo tremeu, gemi. 
Respirei ofegante na tua ausência tão presente 
e quis possuir-te ali de todas as formas que já nos possuímos 
imaginando ir mais além. 
O meu corpo já não me pertence. 
Saí de mim ao encontro do calor das tuas mãos 
e regresso ardente, num odor de paixão que ainda me invade.