domingo, 24 de fevereiro de 2013

Singela é a flor que timidamente depositaste no meu peito. Suavemente emana o perfume da saudade de ti e mantém-se viva pelas recordações do teu toque e do teu olhar. Com ela, os dias tornam-se suportáveis e por ela a vida flui como algodão que sobe no ar sem barulho e sem a ansiedade de seguir um rumo certo. Singela é a flor que, florindo em mim, aguarda pacientemente que a venhas regar, vibrante de cor, de cheiro e de vontade de renascer.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

MOMENTOS





A vida é feita de momentos, todos juntos fazem o filme de uma vida. Apetece-me apenas falar dos momentos maravilhosos, dos takes fantásticos e das horas que queremos parar quando eles acontecem. Apetece-me ter presente os arrepios, os sorrisos, as sensações, os cheiros que ficam desses momentos. Retenho-me nas imagens, nas palavras, nos olhares, nos sabores, nos lugares. Permaneço nos corpos, nas danças, nas músicas, nos sonhos. Revisito as inquietações, as insónias, as esperas e as ansiedades. Apetece-me perder-me nesses momentos bons, nas mãos, na pele com pele, no ombro, no peito, no corpo a vibrar. Sorrio nas imagens que ficam, no sol, na luz e no coração a mil. E, neste momento, apetece-me voar, saltar, fazer parte do Arco-Iris e dançar, dançar, dançar.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Vulcão

O meu corpo aquece nas tuas mãos. 
Tenho febre, morro de sede sem ti. 
Acalmo quando me olhas, 
quando me tocas,
para logo explodir em teu redor.
Sou vulcão em ebulição
que explode
ao simples toque da tua mão.
Sassio em ti a sede imensa
neste oásis sensual
que somos nós.
E se não estás aqui
tenho febre,
morro de sede.


sábado, 16 de fevereiro de 2013

Desconfirmo...



Aquilo que dizes que sou  e que, por vezes, me eleva, afinal não sou. Se fosse isso tudo não estava aqui como estou...

Dorme no meu sonho




Dorme no meu sonho
meu amor
que ao teu lado
me vou deitar.
Abraço-te devagarinho
e com a minha mão
sinto a tua face cansada.
Beijo-te suavemente
enquanto o meu corpo
se une ao teu.
Somos agora
um só corpo
uma só alma
um só respirar.
Num abraço perfeito
permaneceremos em silêncio.
Depois em êxtase
Coração acelarado
pele com pele
mão com mão
boca com boca
língua com língua
dentes...
unhas...
fora de nós
dentro do sonho
e na promessa 
de um doce despertar...


domingo, 10 de fevereiro de 2013

A verdade nas nossas Mãos




Percebo agora a verdade nas nossas mãos. Os espaços entre os nossos dedos sempre lá estiveram para que os pudéssemos preencher em conjunto. Pele com pele, arrepio, êxtase muito nosso. Permitir que as tuas mãos se afastem é dor, é privação, é ressaca de carinho. Esperar que as nossas mãos se reencontrem é saudade, é a saudade. Sonhar com as nossas mãos juntas é inquietação. Percebes agora a verdade nas nossas mãos?

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013



Quis que a noite não viesse para não sentir este frio. Quis que o tempo parasse, ainda o sol ia alto, mas implacável ele correu para os braços da Lua e esqueceu-se de mim. A viver de encontros fugazes e intensos, também o sol e a lua seguiram caminhos diferentes. Amanhã o dia amanhece e de novo se vão tocar, sentir, olhar...de novo vai entardecer, sempre por breves e intensos momentos. E assim seguem os dias longos de olhares que se cruzam e as noites intermináveis de toques que se sonham.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Hoje levo-te comigo





Hoje levo-te comigo no meu sono. 
Já depositei um beijo doce na tua face, 
já viajei até à tua boca e desci pelo teu pescoço.
Aconcheguei o meu corpo no teu, 
passei as minhas mãos pelo teu peito, 
desci e lentamente senti a tua paixão por mim.
Abraço-te agora, 
já quente do teu, do meu, do nosso calor, 
despida de roupa e vestida de corpo, 
sou agora pele com pele contigo.
Encaixo-me mais um pouco e beijo-te suavemente nas mãos.
Aperto-as contra as minhas e percorro com elas o meu corpo.
E é assim que me deixo voar bem alto, 
nas asas do tu sorriso e na leveza do teu abraço.
Estou agora a flutuar, libertando-me de mim, 
entraste em mim de mansinho, em gestos delicados, 
meigos, doces que fazem vibrar todo o meu ser.
Tomaste a minha alma nas tuas mãos, 
fizeste do meu corpo abrigo e campo florido.
Sinto-nos respirar calma e ofegantemente.
Sinto-nos balançar os corpos.
Sinto-nos fundir num só e esquecer, 
deixar de ouvir e apenas respirar, sentir, delicadamente
E depois devagar, com suavidade deito-me no teu peito, 
sinto as tuas mãos no meu cabelo e adormeço enfim, 
levando-te comigo no meu sono. 
Sabendo que estás bem, 
porque eu estou bem e tu...és...eu.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Vazio



Nunca me tinha apercebido que a minha cama era tão fria, tão grande e que neste quarto o silêncio dói. Vi agora que as paredes estão nuas e que tudo é vazio de cheiro, odor e toque. A TV ligada passa imagens e sons, companhia inerte com cor, sem pele e sem olhar. O silêncio dói e o tempo passa frio à espera que o sono me venha salvar.

Um pouco que foi tanto



Foi na ternura do teu abraço que me encontrei. Momento único de união entre o corpo e a alma. O Universo parou ou continuou a girar, não sei, perdi a noção do tempo. Sei que nesse hiato fui pele, mãos, corpo, cheiro, calor, emoção, voou de pássaro sublime bem alto no céu, pétala de rosa vermelha ardente de paixão, fui menina, fui mulher, fui céu, fui cama. Colei-me a ti com paixão, sofreguidão, calma, tranquilidade, ansiedade e ternura. Sou agora eu, um pouco mais feliz, um pouco mais serena, um pouco mais completa. Um pouco que foi tanto e que tanto fez de mim.