quarta-feira, 29 de maio de 2013

Arder...

terça-feira, 21 de maio de 2013


"E há o nosso eu que de vez em quando se 

liberta e voa.... Livre, sem amanhã..." DLRV

Adeus...



Quando nos encontrámos trazíamos histórias e o coração cheio de esperança. As histórias começam a pesar e sempre assim será. Quanto mais vivemos mais pesado fica o fardo que se carrega. Pequenos momentos de ilusão de leveza alternam com a realidade densa e, aos poucos, volta a pesar mais,  mais e mais.
Fica a saudade. Fica a nostalgia. Fica a eterna gratidão de um dia ter sido merecedora de tamanho amor. Aos poucos deixarás de pensar em mim, aos poucos recordarás apenas aquilo que te fazia confusão em mim e que tanto querias que eu mudasse. Mas eu não quero mudar, quero viver o tempo que me resta sendo verdadeira para comigo e para com os outros. A ilusão de alguém me amar assim como sou desvanece-se. Não quero estar numa relação em que não possa ser eu própria, em que tenha de medir, para além do razoável, palavras, atitudes, gestões de tempo, de amizades...
O teu amor por mim fez-me bem e vai continuar a fazer durante mais algum tempo, porque eu sei que me amaste verdadeiramente. Tu viste-me, sentiste-me, estiveste sempre lá para mim, sem sombra de dúvida. Respeitaste-me. Amparaste-me. Foste e serás sempre, para mim, uma pessoa maravilhosa. Preencheste espaços vazios. Todas as palavras que te dediquei foram sentidas e verdadeiras.
Apesar de tudo tenho de te dizer adeus. A minha vida não é compatível com o que me pedes, com o que começaste a exigir de mim. Recordarei quando tudo era leve, pele com pele, natural e sem ansiedades, em que nada em mim te fazia confusão. Mas a vida é assim, temos de abrir a porta...só conhecendo a casa por dentro saberemos se nos sentimos com vontade de ficar. 
Dizer adeus é sempre doloroso. Fica sempre tanto por dizer. A cabeça dá voltas, as recordações atropelam-se e os sentimentos confundem-se. A vida fica suspensa, como suspensa deixamos a respiração na ânsia de não ter de passar por tão grande provação. Parece mais suportável quando nos magoam a nós. Inesperadamente doloroso quando somos nós a magoar. Mas a vida segue implacável o seu rumo.