quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Em tantos dias de história um haveria em que apenas um gesto salvaria toda a tua existência. É aquele dia em que dispensas que a realidade seja vista por diferentes pontos de vista, depois de teres já ouvido tanto, em que dispensas que as palavras de quem ouve sejam diferentes das tuas. Aquele dia em que queres ser especial, mimada, carregada ao colo, voltar ao útero da tua mãe que te diz "tudo vai correr bem" mesmo que o prognóstico não o indique. Aquele dia que faz com que o teu mundo não desmorone, o dia que não tem a ver com passado nem futuro, é apenas aquele dia em especial. Aquele dia que surge como um dia de teste e que não gostavas que falhassem com o teu coração e com a tua necessidade de ser especial. Aquele dia em que não dás margem para falhas com o teu sentir, porque é nesse dia que precisas do gesto que foste procurar. Num outro amanhã procurarias um ponto de vista objetivo, um trocar de argumentos, uma partilha de sugestões novas, mas não era naquele dia, aquele dia estava destinado ao abraço, ao ser ouvido, com a ternura da caridade por alguém frágil que está defronte de nós a pedir socorro, abrigo, amor incondicional.
 

domingo, 20 de outubro de 2013

Sem ti

Alma inquieta, coração insensato,
Ser frágil.
Espelho quebrado que distorce,
...
Um incompleto.
Corpo carente. mãos vazias,
Pele fria, sem toque.

Ausência, distância.
Pássaro de asas cortadas,
Cantor em silencio, pintor na escuridão.
Mágoa do desencontro,
Tristeza.

Marinheiro em terra.
Vai nuvem escura, deixa o sol entrar.

 DLRV publicado no Coração sem Muros 20/10/2013