quarta-feira, 1 de outubro de 2008

A vida segue imponente


A vida segue imponente, intransigente sem um desvio minimal do seu percurso universal. Podem cair corpos ensanguentados, mutilados, almas nuas, tortuosas, pode cair a chuva, inundar os montes, as ruas, pode o dia amanhecer cinzento ou o calor queimar até a água que corre no mar, que a vida passa segura, firme, senhora de si sem nunca hesitar. Nada pára tão firme compasso, tão cruel movimento. Não há sede que a faça retornar, nem dor que a faça parar por um minuto, segundo, nem vontade gigante de mudar, apagar ou um extraordinário querer consertar. Não há morte própria nem de mãe ou pai, filho, qualquer parente, nem dor dilaceral, não há erro, não há riso nem choro que a faça sequer abrandar.

2 comentários:

Anônimo disse...

Porquê???

Anabela Morte disse...

Pergunta no mínimo curiosa. Pergunta que poderá ter sido feita ou por alguém com muito poucos anos de idade (logo ainda sem experência de vida) ou por alguém que tem passado por ela sem a sentir. De qualquer forma trata-se de uma constatação não passível de ser questionada. É a verdade, os dias sucedem-se uns aos outros, independentemente de estarmos vivos ou não.