quinta-feira, 29 de março de 2012

Ai que vontade tenho de nada...

Hoje dei por mim a recordar. Recordar momentos passados e a imaginar o meu futuro, lá longe, já mesmo no fim do caminho. Pensei em ti. Pensei no que me dizem de ti hoje. Não no que foste, nem no que dizias ser, mas no que és agora e naquilo que outros teimam em testemunhar de ti hoje.
A nossa mente é turbulenta, inquieta, tudo relativiza e tudo questiona. Faz balanços, faz prognósticos, imagina cenários. Ai que vontade tenho de nada, de silêncio, de calma, de olhar assim o mar calmo, límpido, transparente e ele se refletir em mim, apenas isso mesmo, mar.
Mais uma vez pensei em como somos enganados pelas palavras quando estamos cegos de amor, quanto negligenciamos os atos, as ações, os verdadeiros espelhos da alma.
Em tudo isto pensei hoje. E a chuva caiu forte, fortíssima e ainda não parou. Como se cada gota refletisse cada pensamento meu e cada lágrima que caiu da minha face. E o vento que ainda sopra lá fora embalou a minha alma levando para bem longe o meu pensamento.
Hoje misturei coisas, pessoas, foi um alvoroço, um temporal. Pensei em ti.
Pensei nas pessoas, nas ausências.
Por fim, baixei a cabeça, suspirei e sorri levemente. Devido à minha existência, à qual já darei pouco valor, alguém vai poder olhar um dia para trás e dizer: "Fui muito amado. Fui amado por aquilo que eu sou, acima de tudo e apesar de tudo, mesmo com as minhas imperfeições alguém um dia me achou perfeito. Alguém lutou por mim com todas as forças e me conquistou. Fui respeitado e honrado."
Ai que vontade tenho de nada, de silêncio, de calma, de olhar assim o mar calmo, límpido, transparente e ele se refletir em mim, apenas isso mesmo, mar. E possa enfim descansar...

Nenhum comentário: