quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Enfim...termina 2009

Termino o ano como comecei. É tempo de fazer o balanço. Recordei, lembrei, pensei e não tenho dúvidas, em 2009 apenas há um momento que veio fazer toda a diferença, o nascimento do meu 3º filho. Tudo o resto ficou para trás, perdido, vivido, sofrido, chorado e, espero, enterrado. O sorriso das minhas filhas também fez toda a diferença. 3 razões que salvaram o ano. Nada de novo conquistei, houve coisas que perdi depois de as acabar de encontrar. Tenho a sensação que percorri o deserto. Sim, é esse o balanço, percorri um deserto e sobrevivi em pequenas gotas de água em 3 oasis que sempre encontrei no caminho. Enfim...termina 2009. Que venha 2010...

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Sou Pai

Um filho
Um encanto
Um sarilho
De que gosto tanto
Um ser a despontar
Desejando-lhe toda a sorte
É ter algo a mais para amar
É viver depois da morte
Ou dirigir o destino
Não me sentir cansado
Sentir-me sempre menino
Ser um pai apaixonado
Mantendo este consolo
Por ele tudo fazer
Pegar no filho ao colo
Esperando o seu crescer
Exemplo para o guiar
Ao lado acompanhá-lo
Um pai só tem que amar
É esse o seu regá-lo
Definidos os trilhos
Na linha da educação
Eu vivo para os filhos
E eles tudo me dão
Sinto me a envelhecer
Apoio o seu crescimento
Porque os filhos vão ser
O meu prolongamento
Acompanhando na caminhada
Corrigindo seus defeitos
De braço dado na estrada
Afastando os preconceitos
Quando a estrada findar
Desapareço sem dor
Porque tive tempo para dar
SouAos meus filhos muito Amor

Carlos Alberto Filipe
(in http://www.facebook.com/home.php?#/profile.php?id=1289619683 )

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

VIVER DESPENTEADA



VIVER DESPENTEADA

Hoje aprendi que é preciso deixar que a vida te despenteie.
Por isso decidi aproveitar a vida com mais intensidade!
O mundo é louco, definitivamente louco...O que é bom, engorda. O que é lindo,custa caro. O sol que ilumina o teu rosto, enruga. E o que é realmente bom nesta vida, despenteia:
- Fazer amor - despenteia.
- Rir às gargalhadas - despenteia.
- Viajar, voar, correr, entrar no mar - despenteia.
- Tirar a roupa - despenteia.
- Beijar a pessoa amada - despenteia.
- Brincar - despenteia.
- Cantar até ficar sem ar - despenteia.
- Dançar até duvidar se foi boa ideia calçar aqueles saltos gigantes essa noite, deixa seu cabelo irreconhecível.
Então, como sempre, cada vez que nos vejamos eu vou estar com o cabelo despenteado... Mas podes ter certeza que estarei a passar pelo momento mais feliz da minha vida.
É a lei da vida: Vai estar sempre mais despenteada a mulher que decide ir no primeiro carrinho da montanha russa, que aquela que decide não subir.

Pode ser que me sinta tentada a ser uma mulher impecável,toda arrumada por dentro e por fora...O aviso de páginas amarelas deste mundo exige boa presença:Penteia o cabelo, põe, tira, compra, corre, emagrece, come coisas saudáveis, caminha direita, fica séria... E talvez até devesse seguir as instruções, mas...quando me vão dar a ordem para ser feliz? Por acaso não se dão conta que para ficar bonita eu tenho que me sentir bonita???A pessoa mais bonita que posso ser!

A única coisa que realmente importa é que ao me olhar no espelho, veja a mulher que devo ser.Por isso, a minha recomendação a todas as mulheres: Entrega-te, Come coisas gostosas, beija, abraça,dança, apaixona-te, relaxa, viaja, salta,dorme tarde, acorda cedo, corre, voa, canta, arranja-te para ficares linda, arranja-te para ficares confortável, admira a paisagem, aproveita, e acima de tudo:Deixa a vida despentear-te!!!!

O pior que pode acontecer é que, rindo em frente ao espelho, precises pentear-te de novo...
(enviado por e-mail pela minha colega Ana Paula Pacheco)

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Se perderes tudo quanto amealhaste...


SE tu podes impor a calma,

quando aqueles

Que estão ao pé de ti a perdem, censurando

A tua teimosia nobre de a manter,

SE sabes aguardar sem ruga e sem cansaço,

Privar com Reis continuando simples,

E na calúnia não recorres à infâmia

Para com arma igual e em fúria responder,

- Mas não aparentar bondade em demasia

Nem presumir de sábio ou pretender

Manifestar excesso de ousadia,

-SE o sonho não fizer de ti um escravo

E a luz do pensamento não andar

Contigo num domínio exagerado,

SE encaras o triunfo ou a derrota

Serenamente, firme, e reforçado

Na coragem que é necessário ter

Para ver a verdade atraiçoada,

Caluniada, espezinhada, e ainda

Os nossos ideais por terra,

- mas ergue-los

De novo em mais profundos alicerces

E proclamar com alma essa Verdade!

SE perdes tudo quanto amealhaste

E voltas ao princípio sem um ai,

Um lamento, uma lágrima, e sorrindo

Te debruçares sobre o coração

Unindo outras reservas à Vontade

Que quer continuar, e prosseguindo

Chegar ao infinito da razão,

SE a multidão te ouvir entusiasmada

E a virtude ficar no seu lugar,

SE amigos e inimigos não conseguem

Ofender-te, e se quantos te procuram

Para contar com o teu esforço não contarem

Uns mais do que outros,

- olha-os por igual!,

SE podes preencher esse minuto

Com sessenta segundos de existência

No caminho da vida percorrido

Embora essa existência seja dura

À força das tormentas que a consomem,

Bendita a tua essência, a tua origem,

O mundo será teu,

E tu serás um Homem!


Rudyard Kipling

Em versos portugueses de António Botto

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Estou triste por um motivo menor...


Poderia estar triste por um motivo maior, talvez falta de saúde, problemas financeiros, discussões familiares, traições, falta de amor, problemas no emprego, falta de amigos...mas não. Lamento desiludir alguém, mas estou triste por um motivo menor: Não ir ao concerto que os Depeche Mode vão dar dia 11/07/2009 no Estádio do Bessa. Muito triste mesmo. Poderia dar mil explicações porque me sinto mais triste com este facto do que não comprar o novo swatch cor de rosa, ou não comprar um vestido que vi ontem ou não comprar o telemóvel Sony Erickson que adoro, ou, ou, ou, mas não ir ao concerto é que me deixa mesmo triste.
Quis eu um dia ter 18 anos porque iria, finalmente, poder fazer tudo o que eu quizesse...
Buáaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Morreu...

1958-2009
Ontem à noite quando ouvi a notícia da morte do grande Michael Jackson, fiquei sem palavras. Algo dentro de mim quebrou também. No meio de tantas emoções que tenho vivido, aquela notícia teve um efeito avassalador em mim. Percebi a fragilidade da vida naquele momento. O Michael Jackson fascinou-me sempre pela entrega à carreira, pela criatividade das suas produções, pela energia que transparecia em tudo o que fazia, pela competência como artista completíssimo, pela alegria e força em palco. No tempo em que não havia Youtube, nem canais cabo, eu esperava ansiosamente por um novo teledisco nos canais portugueses e depois rezava para os poder ver repetidos. Vivi a emoção de ouvir o album Thriller vezes e vezes sem fim. Lembro-me de tentar (infelizmente sem muito sucesso) imitar alguns passos. Adorava vê-lo dançar. Na minha opinião ele dançava com todo o corpo, atrevo-me a dizer que a música entrava nele e até podiamos ver a sua alma a dançar.
Recordo força que ele tinha como artista e a fragilidade que demonstrava quando dava entrevistas, a sua voz tremia, o que não acontecia em palco. Confesso que não liguei ao que diziam da sua vida privada e irritava-me quando era a sua vida privada que era notícia em vez da sua genialidade. Que sociedade esta, meu Deus, que esmaga a genialidade e a competência.
Dancei muito ao som das músicas do Michael Jackson, cantei-as. Tive um amigo que o adorava, o Miguel Lopes, que será feito dele? Ahhh e eu vi o Michael Jackson, de muito perto, a 1 metro, na minha Lua de Mel em Fevereiro de 1996, quando ele foi ao Rio de Janeiro gravar um video clip numa favela. Fiquei alojada no Hotel Rio Palace em Copacabana, no 4º piso e ele ficou no 7º piso, numa das saidas dele do Hotel, eu estava lá e vi-o. Portei-me bem, mas houve uma fan que para lhe tocar deu um salto extraordinário, depois correu rua fora a gritar " toquei no Michaellllll". Viu-o também quando foi à janela acenar à comunicação social que se deslocava de helicóptero à frente do hotel. E quando ia à janela acenar à multidão que se encontrava à porta do hotel e gritava toda a noite (para mal dos meus pecados) "acorda Michaellllll" (isto com o sotaque típico do brasil).
Confesso que sou um pouco dada a sensibilidades e costumo respeitar o que sinto por uma pessoa, mesmo quando todas as outras dizem o contrário, e eu via o Michael Jackson como uma criança grande, logo, pura, inocente, criativa e empenhada em viver a vida. Adorava o lado dele infantil, de fan de super herois, de parques temáticos, de amigo de animais, respeitador dos direitos humanos e das diferenças. A sua casa Neverland cativava-me, porque adoro a história do Peter Pan. Adorava o lado dele de artista. Tinha carisma. Dançava demais, cantava demais, coreografava demais e vestia-se demais. Transpirava o amor/paixão por aquilo que fazia e faz-me confusão como há quem não visse isso independentemente de tudo o resto. 45 anos de carreira, caramba...um feito e ainda tinha muito para nos dar.
Descansa agora em paz e obrigado por tudo o que fizeste para entreter-nos. Agora já ninguém te pode fazer mal. Até um dia...

terça-feira, 19 de maio de 2009

Hoje seria dia de mergulhar

Hoje seria dia de mergulhar se tal me fosse possível. Dentro de mim cresce uma vontade de mergulhar bem fundo, procurar no fundo do mar o silêncio que só a morte nos pode proporcionar e reencontrar a paz, aquela paz que se sente apenas quando saimos de nós num sono profundo. Tomei a liberdade de pensar um dia que em mim haveria uma luz e que essa luz poderia permanecer acesa por tempo indeterminado, para sempre, porque não? não me preparei para a escuridão, apesar das muitas noites escuras que tenho percorrido. Hoje a escuridão instalou-se e o frio que tanto temo apodera-se do meu corpo e da minha alma. Só o mar me poderia salvar. Hoje seria dia de mergulhar se tal me fosse possível. Resta-me respirar fundo e ... fazer o que sempre fiz. Fechar os olhos e esperar que amanheça.

domingo, 26 de abril de 2009

Sê bem vindo à vida meu amor!



Amanha nasce o meu 3º filho. Desta vez um menino que vem fazer companhia a 2 manas lindas e maravilhosas. Estou em estado de graça, como se de repente eu tivesse uma oportunidade de começar de novo. É certo que nos dias de hoje é necessário ter coragem para pôr filhos neste mundo caótico e cheio de incertezas no futuro. Mas o anúncio de um novo nascimento, dá-me forças para acreditar que a vida continua e pode renascer em cada momento. Para mim vai renascer na vinda de mais um amor incondicional, esse amor que sinto pelas minhas meninas e que vou continuar a sentir pelo meu menino. Enquanto eu viver vou viver para eles. Sê bem vindo à vida meu amor!

25 de Abril


A minha filha perguntou-me hoje em que ano aconteceu o 25 de Abril. Ela anda no 5º ano, e supostamente, na minha cabeça, ela deveria saber esta informação. Eu sou detentora desta informação desde os 5 anos de idade. Devido à importância da data, os meus pais nunca deixaram morrer este acontecimento e todos os anos voltavamos a falar do que tinha acontecido naqueles dias de Ditadura que culminaram no 25 de Abril. Eu própria cultivo a memória do 25 de Abril com as minhas filhas, mas estou sozinha nesse papel, percebo agora que essa data não foi suficientemente importante para que a ESCOLA explique às novas gerações a importância da data para as vivências de hoje.
Pelas notícias que vejo diariamente nos Media, percebo agora que tudo é importante relativo a esse período: dar o nome de Salazar a uma Rua de Santa Combadão, fazer um Museu a Salazar, levar os amigos do Prof. Marcelo Caetano a um programa de tv...excepto dar voz a quem viu calada a sua voz, a quem morreu e foi torturado em nome de uma liberdade que hoje alguns usam para fazer o elogio de quem calou centenas de vozes, censurou centenas de livros e atentou contra a cultura da nossa Nação.
Estou triste e, filha, o 25 de Abril aconteceu em 1974 quando a mamã tinha 5 anos.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

"A Filha do Capitão" - José Rodrigues dos Santos

…E havia ainda aqueles fadados para a tragédia, os amores que se encontravam e cedo percebiam que o encontro era afinal efémero, furtivo, um mero sopro na corrente do tempo, um cruel interlúdio antes da dolorosa separação, um beijo de despedida no caminho da solidão, a alma abalada pela sombria angustia de saberem que havia um outro percurso, uma outra existência, uma passagem alternativa que lhes fora para sempre vedada. Esses eram os infelizes, os dilacerados pela revolta até serem abatidos pela resignação, os que percorrem a estrada da vida vergados pela saudade do que poderia ter sido, do futuro que não existiu, do trilho que nunca percorreram a dois. Eram esses que estavam indelevelmente marcados pela amarga e profunda nostalgia de um amor por viver…

quarta-feira, 4 de março de 2009

WRONG - Depeche Mode



Sem palavras...genial


I was born with the wrong sign
In the wrong house
With the wrong ascendancy
I took the wrong road
That led to the wrong tendencies
I was in the wrong place at the wrong time
For the wrong reason and the wrong rhyme
On the wrong day of the wrong week
I used the wrong method with the wrong technique

Wrong

Wrong

There's something wrong with me chemically
Something wrong with me inherently
The wrong mix in the wrong genes
I reached the wrong ends by the wrong means
It puts the wrong plan
In the wrong hands
With the wrong theory for the wrong man
The wrong lies, on the wrong vibes
The wrong questions with the wrong replies

Wrong

Wrong

I was marching to the wrong drum
With the wrong scum
Pissing out the wrong energy
Using all the wrong lines
And the wrong signs
With the wrong intensity
I was on the wrong page of the wrong book
With the wrong rendition of the wrong hook
Made the wrong move, every wrong night
With the wrong tune played till it sounded right

yah

Wrong

Wrong

Too long
Wrong

I was born with the wrong sign
In the wrong house
With the wrong ascendancy
I took the wrong road
That led to the wrong tendencies
I was in the wrong place at the wrong time
For the wrong reason and the wrong rhyme
On the wrong day of the wrong week
I used the wrong method with the wrong technique

Wrong

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

A quem interessar

A quem interessar, anexo excerto de comentário a um post de 11 de Novembro de 2008, sobre Avaliação de Desempenho de Professores:

A escola do meu tempo foi uma boa escola. Hoje, toda a gente sabe que a minha geração é uma geração de empreendedores, de gente criativa e com capacidade iniciativa, que arrisca, que aposta, que ambiciona. E não é disso que o país precisa? Bem sei que apanhámos os bons ventos da adesão à União Europeia e dos fundos e apoios que daí advieram, mas isso por si só não bastaria, não acha? E é de facto curioso: tirando o Marco cigano, que abandonou a escola muito cedo, e a Fatinha que andava sempre com ranhoca no nariz e tinha que tomar conta de três irmãos mais novos, todos os meus colegas da primária fizeram alguma coisa pela vida. Até a Paulinha, que era filha da empregada (no meu tempo dizia-se empregada e não auxiliar de acção educativa, mas, curiosamente, o respeito por elas era maior), apesar de se ter ficado pelo 9º ano, não descansou enquanto não abriu o seu próprio Pão Quente e a ele se dedicou com afinco e empenho. E, no entanto, levámos reguadas por não sabermos de cor as principais culturas das ex-colónias e éramos sujeitos a humilhação pública por cada erro ortográfico. Traumatizados? Huuummm... não me parece. Na verdade, senhor engenheiro, tenho um respeito e uma paixão pela escola tais que, se tivesse tempo e dinheiro, passaria o resto da minha vida a estudar.

"...e pessoas incomparáveis."

"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que elas acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."
Fernando Pessoa

sábado, 3 de janeiro de 2009

Palavras para a minha Mãe - José Luís Peixoto, in "A Casa, a Escuridão"

Egon Schiele, Mother and Children

Mãe, tenho pena. esperei sempre que entendesses
as palavras que nunca disse e os gestos que nunca fiz.
sei hoje que apenas esperei, mãe, e esperar não é suficiente.
Pelas palavras que nunca disse, pelos gestos que me pediste
tanto e eu nunca fui capaz de fazer, quero pedir-te
desculpa, mãe, e sei que pedir desculpa não é suficiente.
Às vezes, quero dizer-te tantas coisas que não consigo,
a fotografia em que estou ao teu colo é a fotografia
mais bonita que tenho, gosto de quando estás feliz.
Lê isto: mãe, amo-te.
Eu sei e tu sabes que poderei sempre fingir que não
escrevi estas palavras, sim, mãe, hei-de fingir que
não escrevi estas palavras, e tu hás-de fingir que não as leste, somos assim, mãe, mas eu sei e tu sabes.