segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Apetece-me gritar


Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
Apetece-me gritar
Sinto-me...
um "Eduardo mãos de tesoura"
versão revista e piorada
Incompreendida
nesta vida, maltratada
sinto que não sou nada.
Aberração
saco de pancada
coisa imperfeita
pedaço de nada.
Com estes olhos
não vejo a luz,
a minha voz
não a ouve ninguém
grito mudo
impludo.
Existo apenas porque respiro.
Sou aquela que incomoda
que serve de capacho
para o mundo pisar.
Sou a que passa
e ninguém vê
a que não precisa de nada
areia seca do deserto.
olhar vazio
(como na foto)
sem esperança
a que tudo e todos magoa
tudo destroi.
Terra inculta
erva seca,
olho para mim pouco vejo
e o que vejo
é nada nada.
Sou a que passa a vida
a mendigar
e tem a alma vazia
de amor.

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