quarta-feira, 13 de março de 2013

Espaços vazios


Pela força do braço e das mãos trémulas fui construindo paredes que se transformaram em muros altos. De tão empenhada em afastar de mim todas as incertezas, duvidas, medos, angustias, fracassos, desilusões...os muros subiram e envolveram-me, deixando espaços por entre os quais, às vezes, os raios de luz me tocavam. Toque breve em que o calor do seus raios me impelia a derrubar um bocado da parede para que todo o sol me pudesse tocar. Mas o sol punha-se em cada dia e o raios de luz seguiam com ele, deixando-me só. Os dias sucediam-se intensos e breves, até que de mansinho, muito devagar, sem aviso, sem que o esperasse, os espaços do meu muro começaram a ser preenchidos de sol quente e cheio de luz e esses espaços por preencher dos muros construídos à pressa, começaram a ceder e a empurrar a parede que começara agora a desmoronar para deixar entrar todo o sol do universo. Os meus braços que fraquejam e as minhas mãos ainda mais trémulas podem agora descansar por algum tempo...

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