A avaliação de professores, 1ª reflexão

Que grande alvoroço, os professores vão ser avaliados! Dito assim, parece que nunca o foram, mas pronto, sigamos em frente. Agora será tudo diferente, vão haver papeis, fichas de observação, de registo, dissertações teóricas, dossiers, vão fazer-se reuniões com coordenadores, com colegas, com conselhos executivos, com parceiros, vai frequentar-se formação, promover-se formação, promover-se acções de divulgação, vão fazer-se relatórios, vai planificar-se a acção, avaliar-se o planificado, reunir-se com encarregados de educação, com a comunidade educativa. Mas não era isto que já era feito? Bom muda a grelha de avaliação, e passam a ser avaliados por tarefa: pouco adequado, adequado, muito adequado e adequado acima da média, ou qualquer coisa do género. Os pais passam a fazer parte das equipas de avaliação dos professores, pode ser que possa evitar ser linchado pelos pais por ter retido 50% dos alunos no 4º ano. Mas os pais não avaliavam já os professores?

Mas reflectindo melhor, não se poderá reter 50% dos alunos, porque na escala de avaliação poderá ser penalizado em pontos, e como todos os pontos contam, é melhor passa-los todos e fica, pelo menos nesse item, garantida a pontuação máxima. E evitam-se linchamentos.

Nesta reflexão resta-me apenas relembrar o motivo porque somos professores e qual a nossa missão. Nestes momentos de confusão, recordemos o que sempre fizemos. Não ha motivos para preocupações, está alguém apenas a exercer o seu poder de autoridade, obrigando os professres a serem apenas aquilo que sempre foram. É como uma mãe dizer a uma filha: "A partir de agora vais chamar-me mãe!" e ela responde: "Mas mãe, eu sempre te chamei mãe!", e a mãe responde: "Mas quem manda sou eu, e agora chamas porque eu te estou a ordenar!"

"Muita calma nesta hora", façamos o que sempre soubemos fazer bem com esforço, empenho e profissionalismo, sem esquecer os nossos filhos e a nossa familia.