sábado, 22 de novembro de 2014
domingo, 18 de maio de 2014
Desculpa
Desculpa, palavra tão pequena para descrever um sentimento tão grande de tristeza por não ser a dona do sapato de cristal. Dizes que fui sonho de alguém que não me alcançou. Fui amada profundamente e esse amor não me bastou. Maldizes o dia em que me conheceste. Pedes-me que escolha mundos, quando um dos mundos não me pertence e o outro esta lá, sempre por perto. Precisas de paz e dar-te-ei a paz. Pensava que me lias, apenas me analisavas e julgavas. Percebo agora que me viste por fora e me imaginaste por dentro. Desculpa se te desiludi. Eu vi-te por dentro e vi-te por fora e decidi ficar. Arrependo-me de não me ter escondido.
quarta-feira, 14 de maio de 2014
Peso a mais
E se eu for uma pessoa diferente daquilo que eu penso ser? e se realmente eu for menos que o grão de areia que percorre uma praia sem fim? e se o sol que nasce não for para mim? e se o peso todo que carrego for demasiado e sempre que uma mão me segura, me deixa cair?
domingo, 11 de maio de 2014
Pede o corpo
Pede o corpo que se fique quieto, deixando-se estar, assim sereno, em modo off. Pede a Alma que se pare o corpo. Peço a mim própria que pare o corpo e a alma e consiga fundir-me com o silêncio que anseio, quase loucamente. Teimam os olhos e...m fechar-se quando a vida pulsa e exige a minha presença. O Eu pessoa quer estar assim simplesmente sem nada fazer e Eu mãe luta para não parar e estar de serviço as vinte e quatro horas que o tempo exige de mim. Por hoje o sol já se pôs, como ontem e anteontem. Amanhã será um novo dia e tudo recomeça.
quinta-feira, 8 de maio de 2014
O meu coração é teu
O meu coração é teu, guardo-o cuidadosamente no meu peito, para to entregar inteiro, limpo, livre para que o guardes com carinho dentro de ti. Por ora necessito dele para poder viver, para poder enfrentar os dias que se sucedem e cuidar de quem amo. Mas um dia, um dia, com muito jeitinho, abrirei o meu peito e retirarei o coração que guardo para ti e o depositarei nas tuas mãos.
quarta-feira, 7 de maio de 2014
Nostalgia
Nostalgia do tempo em que mamar de hora a hora era motivo de cansaço. Agora outros cansaços mais duros me rodeiam. Ver um filho a arrastar-se pelos cantos, triste, sem fome, sem sono. Que sentimento de impotência se apodera de mim. Sei de antemão que faz parte do crescer passar por momentos de tristeza, mas mesmo assim fico atordoada sem saber o que fazer ou dizer. Não sei se a tristeza é maior por perceber que os filhos crescem e nós, mães, deixamos de saber tudo sobre eles. Gostava de ser a amiga que ouve, mas não é esse o meu papel pois não? agora os amigos são mais importantes e o ónus do direito a partilharem dores é com eles. Sinto-me ultrapassada, será mais por aí que deveria tentar explicar o meu sentir. Sinto-me ultrapassada, o meu colo não é suficiente para acalmar as suas dores. Não ser suficiente magoa, não magoa? magoa...
Resta-me ficar aqui, não sair daqui. Que a chuva caia, que o sol brilhe, que o vento empurre tudo para longe, manter-me-ei firme, aqui neste local, com os braços prontos para a receber. Não sairei, nem por breves momentos, pode ela voltar, querer aninhar-se de novo no meu abraço e eu não falharei, estarei exatamente aqui. Ela agora vai voar um bocadinho e eu ficarei aqui, cansada dos meus voos, à espera que precise de mim.
domingo, 4 de maio de 2014
Vénia a todas as mães sem prazo de validade
Um beijo enorme e a minha vénia a todas as mães que estão ao lado dos filhos desde o dia em que estes são concebidos. A todas as mães que educam, cuidam, apoiam. Gritam, choram, beijam, abraçam, dão colo. A todas as mães que se colam à alma dos seus filhos e são asas e porto seguro. A minha vénia a todas as mães que não prescindem de ser felizes mas põem sempre os filhos em primeiro lugar e assim ...são felizes verdadeiramente. O meu beijo e a minha admiração a todas as mães que fazem tudo pelos seus filhos, sempre, até ao dia em que fecham os olhos e deixam o amor que semearam toda a vida e que será fonte de energia para os filhos. A minha vénia a todas as mães que viram a vida do avesso pelos filhos. A todas as mães que são mães sem prazo de validade. A todas as mães que educam os seus filhos sozinhas, também, e são mães, avós, pais...e peço a Deus que me ajude a ser uma mãe assim. Quero amar e mimar os meus filhos até ao fim dos meus dias. Vou amá-los sempre, em atos e palavras. E se um dia parecer que sou dura ou inflexível, ou ser for mole demais e permissiva... que os meus filhos saibam que dou o meu melhor e tudo o que faço é por amor.
sábado, 3 de maio de 2014
Silêncio
É no silêncio que me procuro. Tolero apenas a breve brisa e o cheiro intenso a maresia. Permito-me ser queimada pelo sol e escutar o barulho das ondas que vão e vêm em movimentos suaves. Perco-me nos passos calmos sentindo a água fria e a areia a fugir debaixo dos meus pés e procuro-me no silêncio das palavras que teimam em ser ditas. Dizer nada, nada ouvir. Ficar assim calada, a sentir. Nem vozes, nem gemidos, nem choros. Sentir apenas o silêncio que vem das coisas e calar. Calar as minhas palavras, calar os pensamentos que bailam na minha cabeça, calar a voz cansada de ser tudo ou nada. Procurar-me, sem chamar por mim, num silêncio que me baste e me sacie a fome de viver em paz.
segunda-feira, 27 de janeiro de 2014
Calor e luz
Hoje acordei e pensei em ti. Foste o meu último pensamento ao adormecer e o primeiro ao acordar. E o dia amanheceu quente e cheio de luz, porque cheio de calor e luz ficou o meu coração com a certeza do teu amor. As flores das amendoeiras floriram em todo o seu esplendor e o vento soprou brisas suaves quais beijos depositados no meu rosto pela tua doce boca. Vivi silêncios de emoção e ternuras de sentir-te perto, embora ausente, vibrei com os sons do nosso amor anunciado, vivido e tão sonhado. Vou agora adormecer e levo-te comigo no pensamento.
quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
Respeito - uma palavra em extinção
Filipa não consegue trabalhar. A sua vida escorrega-lhe pelos dedos e o seu ninho de felicidade escapa-lhe agora entre os dedos. São tantas as histórias que conheço como a da Filipa. Há dias partilhou comigo a sua aflição e com ela tenho vivido momentos de angustia. Teve um primeiro casamento falhado, um amor sonhado e vivido a dois e depois o companheiro começou a sair sem ela. No início ela não se importou, era só uma saída para ir beber café, ou uma saída por outro qualquer motivo também muito bem justificado, depois passou a ser estar de serviço sem estar. Depois tornou-se um hábito e um vício sair sem ela. Depois foi foram os vícios do Tunning e ele sem emprego fixo a gastar o que tinha e não tinha no Tunning, e outras coisas que eu não soube mas facilmente adivinharei. Não houve filhos. Depois, cereja no topo do bolo, depois de a deixar dias, noites a chorar e de a ver deprimida e triste, resolveu envolver-se com outra pessoa e terminou a relação. O sonho da Filipa ruiu. Quando a esperança lhe fugia conheceu outra pessoa, em tudo diferente e o sonho voltou a fazer parte da sua vida, novo casamento. Viveu um conto de fadas e planearam um filho. Viveram a gravidez plenos de felicidade. O bebé tem agora poucos meses e Filipa vê o seu sonho a escorregar-lhe por entre os dedos. De repente o seu companheiro começou a interessar-se por outras coisas e a querer fazer outras coisas. Voltou a repetir-se o cenário anterior. Ele agora saiu para parte incerta, disse-lhe que ia estar fora por um motivo de trabalho e ela já descobriu que é mentira. Tem agora o filho de poucos meses em casa a precisar dela e ela está desfeita. São tantas as histórias que eu conheço como a da Filipa. Onde está o respeito pela outra pessoa, a maturidade de se sentar com a pessoa que partilha a nossa vida e falar a verdade. Respeitar um compromisso. Terminar um compromisso antes de iniciar outro. Todos nós podemos deixar de gostar de uma pessoa, é legítimo, mas porque não enfrentar e ser honesto? respeitar o fato de existir um bebé de meses. Porque tem de ser a mulher a ficar e a sofrer com um filho pequeno, quando o projeto foi dos 2? estará ele a divertir-se com outra pessoa, a passar dias leves enquanto a Filipa fica a cuidar do filho de ambos, carregando a incerteza nos ombros? Filipa não consegue trabalhar...nem dormir...nem comer...e o seu companheiro disse que ia trabalhar fora e no trabalho meteu férias...
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